The Darkest Angel 1ªTemporada/ Capitulo 8- "La farce de maître Pathelin"

Fiquei reto, havia um peso a mais em minhas costas, olhei por cima do ombro e vi grandes pares de asas pretas, estiquei minha mão até as minhas costas e pude sentir que elas saíam de dentro de mim, passei a mão sobre suas penas. Macias.

Eu não acreditava no que via ou sentia, mais tinha eu acreditar, eu havia realmente falado com Deus! Como isso é possível? Eu não acreditava nele, pra mim era tudo uma invenção da igreja para tirar dinheiro dos idiotas, mais ele existe. Deus existe.

Olhei mais uma vez por cima do ombro observando as enormes asas negras que haviam atrás de mim, mexi os ombros e elas se mexeram junto. Legal.

Agora tenho que aprender a usa-las,talvez se eu imaginar elas batendo eu voe! Faz sentido não faz?

Imaginei minhas asas batendo como as de um pássaro voando, olhei por cima do ombro e vi que elas começavam a querer se mexer. Talvez se eu colocasse mais força. Imaginei elas batendo mais forte, então um vento forte começou, os galhos das arvores sacudiram derrubando mais folhas na calçada.

Legal! –Pensei.

Ta e agora como faço pra voar? Comecei a me imaginar voando mais nada aconteceu, talvez se eu flutuar? Foda, são a mesma coisa praticamente. Dei um pulo e quando caí meus pés não encostaram no chão. Olhei para baixo e eu estava a no mínimo um vinte metros de altura.

Minhas asas batiam fazendo com que as nuvens começassem a se desfazer como se desintegrassem, dei impulso para frente. O vento batia contra o meu rosto provocando uma sensação refrescante, o bater das asas abriam caminho por entre as nuvens e então eu mergulhei, mergulhei para o chão diretamente em sua direção, eu o via cada vez mais perto e quando finalmente meu corpo iria bater contra ele eu o inclinei para cima e subi novamente em direção as nuvens em um giro.

Dei risada com tudo aquilo, parei por um momento no alto apreciando a bela paisagem que Londres me proporciona, nunca tive a oportunidade de a ver de cima, até hoje.

Olhei em direção a minha rua, e foi como se meus olhos descem zoom, como quando você quer ver um detalhe em uma fotografia e então da zoom na câmera, diretamente pra minha casa. Minha visão se aproximou mais e pude ver minha mãe dormindo em sua cama, mudei a direção do meu olhar para uma quadra a frente, então vi o prédio pintado em cores neutras, meu olhar subiu ate o 7°andar, meus olhos vasculharam cada janela até chegar na do quarto de SeuNome, eu a observei, ela dormia, estava deitada com a barriga para cima e um livro “O morro dos ventos uivantes” sobre o peito, ela adormeceu lendo com certeza.

Voei ate a sua janela, queria entrar lá dentro, a embrulhar, e tirar aquele livro de cima dela, depois a observar dormir ate que eu pegasse no sono e fosse acordado por ela com um sorriso de bom dia no rosto, mais não é bem assim que a banda toca. Não pra mim.

Eu precisava falar com um dos meninos, talvez Harry, ele sempre gostou dessas coisas mais paranormais. Voei ate a parte de trás de minha casa, não teria ninguém lá. Encostei meus pés no chão e olhei mais uma vez para aquelas grandes asas negras. Como eu guardo elas?

Bom, elas saíram sozinhas, será que entram sozinhas? Ou eu vou ficar com elas ali para sempre, eu não podia! Como eu iria ir para a escola, não pior como eu iria entrar em uma boate com essas enormes asas atrás de mim!

Porra! E agora o que eu faço?

-Eu só queria que vocês entrassem! –Falei e olhei por cima de meu ombro.

Senti novamente um dor, eu as sentia entrando em minha pele novamente, após elas entrarem, levei minha mão direita até as costas, senti minha pele ainda aberta mais aos poucos ela se fechava. Cicatrizava.

Caminhei ate a minha garagem, e puxei as chaves da moto de dentro do bolso da calça jeans preta que usava,liguei a moto e parti em direção a casa de Harry.

Estacionei a moto na frente da casa de Harry e caminhei até a sua porta tocando a campainha logo em seguida. Após alguns minutos a luz da sala acendeu e então a porta se abriu revelando um Harry de cueca Box preta sonolento, que cosava o olho com o dorso da mão direito.

-Harry que bom que esta acordado! –Falei feliz por ter alguém para conversa.

Ele me encarou depois olhou em volta, olhou para minha moto e então abriu a boca mais a fechou novamente.

-Que estranho, a moto de Niall aqui –Ele finalmente disse e então fechou a porta logo em seguida. Na minha cara! Já era a segunda vez hoje.

Que porra ta acontecendo –Pensei.

Caminhei novamente até a moto, e fui em direção de casa. Chegando em casa fui direto para o meu quarto me jogando na cama após tirar os sapatos, o banho pode esperar.

Fechei meus olhos, mais logo o abri ao escutar o meu despertador tocar. Escola.

Me levantei caminhando em direção ao banheiro, tirei minha roupa e liguei o chuveiro deixando que a água morna caísse sobre o meu corpo relaxando cada músculo.

Levei um susto quando minha mãe abriu a porta do banheiro sem nenhum aviso prévio.

-Porra mãe, que susto, não sabe bater mais não? –Falei olhando para ela por cima do ombro visto que fiquei de costas por conta do susto.

Ela me ignorou e abriu o Box, olhou em minha direção e então desligou o chuveiro.

-Pra que isso não tenho mais direito de tomar banho agora! –Falei novamente bravo e puxei a toalha.

E ela novamente me ignorou, apenas virou as costas e saiu andando para fora do banheiro, coloquei a toalha em volta da minha cintura e sai do banheiro. Coloquei a minha roupa típica, uma calça jeans preta, uma camiseta branca com uma jaqueta de couro por cima e all star um tanto sujo.

Abri um pouco a cortina e vi que tinha um pouco de sol lá fora, peguei meus óculos Rayban pretos. Peguei a mochila e joguei em um dos meus ombros, eu iria para a escola de carro hoje, visto que o combustível da moto estava acabando e eu não estava nada afim de ter que passar na merda do posto para abastecer.

Desci para a sala de estar e vi meu pai sentado na poltrona lendo jornal, ele já estava com a roupa de trabalho então logo ele iria sair, minha mãe estava assistindo a um programa de televisão no sofá ao seu lado.

-Tchau mãe, tchau pai –Falei mais ambos me ignoraram.

Peguei o carro e dirigi em direção a escola, estacionei na vaga para alunos na frente do prédio principal, olhei em volta a procura dos meninos mais eles não estava ali, sai do carro ativando o alarme e caminhei em direção a entrada. Passei pelo corredor principal deixando algumas coisas no armário e fui para o pátio.

Vi os meninos sentados na mesa embaixo da grande arvore torta que havia ali no gramado e caminhei até eles.

-Vocês vão a festa da Brithany? –Liam perguntou.

-Claro –Respondi.

-Opa já to lá –Harry falou e os meninos riram.

-Harry porque você não me deixou entrar ontem? –Perguntei mais ele me ignorou completamente.

O sinal tocou e eles começaram a arrumar suas coisas e se levantaram, fiquei ali parado encarando tudo aquilo e então eles andaram em minha direção. Meu estomago se revirou ao sentir eles me atravessarem. Literalmente.

Eles não estavam me vendo ou sentindo, como isso é possível? Me virei olhando para os meninos e eles conversavam e riam normalmente, como eles faziam quando eu estava ali.

-Ahh oi Niall –SeuNome falou desanimadamente ao me ver.

-Oiie –Falei lhe mandando um dos meus melhores sorrisos. Porque eu estou fazendo isso? Eu não gosto dela! Não mais.

Espera ela pode me ver? Por que ela pode me ver? Por que só ela me vê?

Você será o anjo da guarda de SeuNome –As palavras de Deus voltaram a minha cabeça.

-Tudo bem tem algo muito estranho acontecendo –SeuNome disse e começou a andar.

-Então você percebeu? –Perguntei correndo ate ela e andando do seu lado.

-Sim, o que você quer Niall? -Perguntou me olhando por um momento e depois voltou a olhar para frente –Esta sendo gentil comigo e isso não é normal –Concluiu depois de fazer uma pequena pausa para pensar.

-Não! –Exclamei –Não é isso, porra SeuNome só você consegue me ver não percebe? –Falei e ela riu.

-Deixa de ser idiota Niall –Falou por fim –Tenho que ir pra minha sala –Ela disse então percebi que já tínhamos chegado a sala 07 artes.

Ela entrou na sala e eu entrei junto com ela, me joguei sobre a sua mesa e olhei para abaixo visto que ela estava mais baixa por estar sentada na cadeira.

-E então –Ela disse.

-Eu vou passar a aula toda aqui e ninguém vai perceber –Concluiu, já que eu estava “invisível” para todos ao meu redor.

-Nem em sonhos! –Ela disse.

O professor entrou na sala falando qualquer besteira sobre uma apresentação francesa.

-La farce de maître Pathelin –O professor disse com um péssimo sotaque francês.

-La o que? –SeuNome perguntou baixinho.

- La farce de maître Pathelin –Repeti e ela me olhou curiosa –Que foi? Sou bom em francês! E a propósito é uma peça que foi composta no fim da Idade Média, por volta de 1460.

-Da pra você sai daí, o professor vai brigar –Ela me alertou mais eu não dei a mínima – Ah não ele ta olhando!

Olhei para trás e o professor olhava em nossa direção, porém como eu havia imaginado ele não me viu.

-Quem sabe quando ela foi composta? –O professor perguntou.

-Vai pode falar o que eu te disse –Falei confiante, eu já havia estudado sobre isso, duas aulas atrás para ser mais exato.

-Na Idade Média –SeuNome falou quase sem som.

-Quem disse isso? –O professor perguntou e SeuNome levantou a mão com medo –Em que ano? –Perguntou após encontrar a aluna que havia acertado a resposta.

-Em 1460 –Falei.

-Hm... Em meados de 1460 –Ela respondeu e o professor apenas sorriu e voltou a explicação.

-Eu falei –Disse vitorioso e ela revirou os olhos.

-Eu já disse para não revirar a porra desses olhos pra mim! –Falei grosso e seu corpo enrijeceu na cadeira –Me desculpe –Falei por fim.

Depois de um tempo o sinal tocou e saímos da sala.

-Então, digamos que eu talvez acredite nessa sua historia, e que eu não esteja louca –Começou a dizer.

-Você não esta louca –Eu a interrompi.

-Ta digamos que eu não estou louca...

-E não esta –A interrompi novamente.

-Merda Niall deixa eu falar –Ela gritou e algumas pessoas ficaram olhando para nós, ou melhor para ela.

Ela sorriu envergonhada o que me fez rir.

-Devem pensar que estou louca, isso é se não estou louca de verdade –Concluiu confusa.

-Você não esta louca –Falei –Eu tive uma ideia, pega o seu celular! –Disse sorrindo.

-Pra que? –Ela perguntou tentando disfarça.

-Coloca ele na orelha assim vai poder falar comigo e vão achar que você esta falando com alguém no telefone –Respondi –Pode me agradecer eu deixo –Falei por fim.

-Nunca –Disse seca e meu sorriso sumiu –Vou usar o fone pelo menos escuto musica e finjo que to falando no celular –Disse pegando os fones na bolsa e o celular no bolso da calça –Isso sim que é uma ideia brilhante –Ela disse com os fones já no ouvi e então senti alguém me atravessar novamente e vi que era Kamila.

-Eu acredito em você –SeuNome disse perplexa enquanto abraçava Kamila.

Olá meninas, e ai o que acharam do capitulo? Espero que tenham gostado! Bom estou tentando postar o mais diariamente possível! E provavelmente amanha de noite sai mais um capitulo para vocês! Vou tentar postar mais acho que consigo sim!

Bom é isso comentem o que estão achando!